com Tania Alice, Alexandre Osório, OCP e Jorge Gonçalves
Curadoria: José Maia e Hugo Cruz
No sábado, 22 de abril 2017, o Espaço MIRA apresenta o segundo momento de “as cores das primeiras palavras dos gestos”.
PROGRAMA
Estação de Campanhã, 10h
“Ensine-me a fazer arte” | momento I
de Tania Alice
Performance (duração aproximada 180´)
Espaço MIRA, 16h
“O Livro da Selva”
de Alexandre Osório
Performance (duração aproximada 30´)
Pátio MIRA, 16h30
OCP _ operador de cabine polivalente
de João Ricardo
Música-Performance (duração aproximada 60´)
Espaço MIRA, 17h30
“A Suspended Gesture”
de Jorge Gonçalves
Performance-dança (duração aproximada 50´)
Espaço MIRA, 18h30
“Ensine-me a fazer arte” | momento II
de Tania Alice
Performance (duração aproximada 30´)
“Ensine-me a fazer arte” de Tania Alice
Tania Alice propõe uma performance que seja considerada “arte” pelas pessoas que encontrará na cidade do Porto. A artista inicia a performance num primeiro momento na Estação de Campanhã, centro pendular da freguesia. Durante 3 horas poderá ser vista com um cartaz com a frase “Ensine-me a fazer arte”. Após a recolha de diversos testemunhos, a artista volta à galeria Espaço MIRA para apresentar o segundo momento da performance, concretizando as sugestões recolhidas com ou sem a participação do público da galeria.
“O Livro da Selva” de Alexandre Osório
Sabemos que a nossa liberdade intelectual é condicionada pela posse de bens. A privação dos mesmos tem impacto em todas as áreas da nossa vida, provocando alterações e constrangimentos na construção de uma identidade individual.
Vivemos num espaço onde as oportunidades não circulam livremente. Pode parecer uma afirmação brutal, e é, mas por mais que falemos de democracia, de facto pouco de verdadeiro se encontra na teoria de que o génio floresce onde nasce, tanto nos ricos como nos pobres.
A História está repleta desses exemplos.
Como é que chegámos aqui?
Como conseguimos continuar a inventar possibilidades de futuro estando conscientes do entulho que nos submerge?
Num campo coberto de despojos ou cheio de vazios ainda será possível construir alguma coisa?
Texto: Alexandre Osório (a partir de “A Room Of One’s Own”, de Virginia Woolf)
Figurinos, cenografia e adereços: Alexandre Osório
Sonoplastia: Pedro Lima e Alexandre Osório
Design Gráfico e Produção Executiva: Alexandre Osório
OCP – operador de cabine polivalente
O que o operador de cabine polivalente nos propõe é a re-descoberta da calma e da lentidão num mundo de vertigem e em rápida mudança.
Aqui, a sugestão advém dos sons, que nos remetem para um universo onírico, induzido por suaves oscilações e interacções das diversas camadas sonoras.
A brandura das cadências, a subtileza das transições e a ausência de uma marcação rígida, batem-se contra a ditadura do relógio, pela suspensão do tempo/espaço (ainda que por um instante…).
“A Suspended Gesture” de Jorge Gonçalves
O projeto debruça-se sobre o texto Ájax de Sófocles para investigar processos linguísticos de práticas de indexação, interpelação e focalização, em específico, no modo como o performer, a partir da exploração da relação entre linguagem e movimento, desenvolve estratégias de interpelação e intervenção com o público. Em palco, o performer está com o público em redor de si e vai desdobrando dois modos de ficcionalizar, um pela instalação do espaço da narrativa no espaço teatral e pela atribuição de personagens a alguns elementos do público, outro pela redução do texto a palavras deícticas de forma a que o público estabeleça a sua própria ficção sobre os acontecimentos. Desta forma, o performer orquestra uma coreografia de gestos, poses e palavras num espaço comum com a audiência em que toda a acção irá desenvolver-se a partir das relações produzidas através de operações como testemunhar, narrar, ser parte de, interpretar, memorizar, interpelar e atribuição de sentido.
Conceito e Performance: Jorge Gonçalves
Colaboração Artística: Ana Rocha e Peter Stamer
Produção: MEZZANINE
Agradecimentos: Andrea Božic, Daniel Kok, Goro Tronsmo, Keith Lim, Hanna Hegenscheidt, Jeroen Fabius, Philipp Gehmacher, Sabina Holzer, Sher Doruff, Sybille Müller e toda a equipa e estudantes do Amsterdam Master of Choreography 2012/14.