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(Post) Arquitectural Voices

3 Out, 201531 Out, 2015

Os Espacialistas (Gonçalo M. Tavares e Luis Baptista)

Curadoria: Inês Moreira

Os Espacialistas é um projecto colectivo laboratorial de investigação teórica e prática que explora as ligações entre Arte e Arquitectura, com início de actividade em 2008. Substituem o lápis pela máquina fotográfica, enquanto dispositivo de desenho, de pensamento, de percepção e de diagnóstico do espaço natural e construído, cujas acções são reguladas pelo Diário do Espacialista e auxiliadas pelo “Kit Espacialista Por/táctil” que transportam consigo. Entre os trabalhos realizados destacam-se: projectos de arquitectura, exposições de fotografia, vídeos, instalações, espaços cénicos, performances, colaborações literárias, ilustrações fotográficas, oficinas, seminários e publicações, apresentados em locais tão diversos como o Museu da Electricidade (2008), Ordem dos Arquitectos – OASRS (2008), Feira de Arte Internacional de Lisboa (2008), Centro Cultural de Belém (2009, 2011), Laboratório de Artes Criativas (2009), FBAUP (2010), Teatro do Campo Alegre (2010), Teatro São Luís (2010, 2011), Red Bull House Of Art (2011), Circuito Aberto de Arte Pública de Paredes (2012), FAUP (2013), 17ª Bienal de Cerveira (2013), no livro “Atlas do Corpo e da Imaginação” de Gonçalo M. Tavares (2013), na Fabrica da Levada de Tomar (2014) e na Fundação Calouste Gulbenkian (2015). O projecto “Os Espacialistas na Moagem” apresentado agora no Espaço Mira é constituído por Luís Maria Baptista, João Cerdeira, João Farinha, Diogo Castro, Tiago Pires e Sérgio Serol, todos com formação em Arquitectura.

Um estaleiro encerrado não é percebido como obra. Um conjunto de máquinas industriais desactivadas estão envoltas em plástico negro e aguardam pela abertura de um museu. Um grupo de arquitectos entra e cria novos espaços, sem qualquer reconstrução, trazendo performativamente novas formas, narrativas e vozes às ruínas por onde passam. É assim que o colectivo Os Espacialistas vem desenvolvendo estratégias de observação, intervenção e de registo dos espaços que ocupam e transformam de modo efémero com a presença dos seus corpos estilizados. Explorando um léxico codificado e próprio – os exercícios ginásticos de espaço, os esquiços fotográficos, o kit espacialista, o aparelho reprodutor artístico – constroem um conjunto de ferramentas e técnicas com as quais trabalham tridimensionalmente para a câmara fotográfica. Interessa compreender as suas tácticas e o modo como vêm transformando estes espaços: a sucessão de planos, a profundidade de campo, a composição geométrica, a ambiguidade de escala, são algumas das suas técnicas de composição espacial. A efemeridade das imagens de Os Espacialistas, tem sido escrita, e inscrita, numa colaboração criativa próxima de Gonçalo M. Tavares – o escritor cria literariamente sobre as suas criações visuais, expandindo pela palavra e a linguagem as espacializações dos seus corpos e gestos. A continua translação dos espaços que esquiçam e transportam em imagens fotográficas, e a sua posterior anamorfose em palavra, torna os seus espaços, imagens e vozes, dissonantemente, pós-arquitectónicos. No projecto das Fábricas da Levada de Tomar, os Espacialistas auscultam os espaços, os objectos e a luz, descobrindo os sons que os atravessam. Na série de imagens expostas no Espaço Mira encontramos um “grito” mudo que perfura o edifício nos seus diversos pisos e o interliga. Que som é este, que voz é esta? Uma estratégia para fazer ressoar os sons do passado, das máquinas, do trabalho? A expressão de cansaço dos corpos saturados que continuam a experimentar novas composições? O que nos diz esta voz? De algum modo, a fotografia torna-se curta e o som entra nestas imagens, expondo a corporalização (paisagística) não só do gesto mas também da palavra. Inês Moreira, 2015 [O projecto exposto foi desenvolvido em residência artística nas moagens Mendes Godinho, no complexo de Fábricas da Levada, em Tomar, durante o período de obras de recuperação do edifício e no âmbito da exposição colectiva “Há Trabalhos na Fábrica” apresentada no próprio complexo industrial em Maio de 2014 com o financiamento do projecto Europeu Materiality]

PROGRAMA
17 outubro | 18h “Encontro com o livro de Gonçalo M. Tavares” Leitura conduzida por Dália Dias
31 outubro | 18h “Atlas do Corpo e da Imaginação” Conversa entre a literatura e a arquitectura com Gonçalo M. Tavares e Luis Baptista [Os Espacialistas] Moderação: Inês Moreira

Sessões de trabalho paralelas: o grupo de trabalho sobre espaços pós-industriais e ruínas reuniu-se às 3ªs feiras, dias 13, 20 e 27 de Outubro, entre as 15h-18h30 para visionar e debater filmes relacionados com o tema.


Rua de Miraflor, 159,
4300-334 Campanhã, Porto

terça a sábado,
15:00 às 19:00


espacomira@miragalerias.net
929 113 431 / 929 145 191