O projeto “Açores Profundos”, que demorou 24 anos a concretizar, pretende documentar a vasta, densa e intensa cultura açoriana.
Segundo o investigador Carlos. Guilherme Riley, “…estas imagens estão nos antípodas dos Açores coloridos e sexys das campanhas publicitárias, onde as técnicas fotográficas estão ao serviço da ilusão da realidade, enquanto que aqui se procura retratar – não direi a realidade, mas – aquilo que ainda existe de verdade nos Açores profundos. Daí o carácter – e a urgência – documental da presente obra, pois estes Açores a preto e branco que durante séculos pairaram no tempo como uma bola de sabão, estão prestes a rebentar e a desaparecer. Paradoxalmente, o projeto do Paulo demorou mais de uma década a concretizar, mas foi feito a uma velocidade de contra relógio, no sentido em que representou uma corrida contra a roda do tempo, um tempo que nos escorre das mãos como água entre os dedos.”
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NOTA BIOGRÁFICA
Paulo Monteiro nasceu na ilha de São Miguel, Açores, em 1963. Embora se dedique a projetos de fotografia experimental, nomeadamente lumen print e cianotipia, o seu principal campo de atuação é a fotografia documental. Tem-se dedicado a projetos de longa duração sobre os mais diversos temas, como religiosidade popular, festas profanas, arquitetura, paisagem, a Natureza, ou o mundo do trabalho. Fotógrafo autodidata, as suas referências são os fotógrafos da agência Magnum, particularmente a Cristina García Rodero, de quem é grande admirador.
As suas fotografias têm sido expostas e publicadas em Portugal e no estrangeiro. Foi o vencedor (ex aequo) da IV Bienal de Fotografia de Vila Franca de Xira.