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55ª Conversa sobre Projetos Fotográficos _Adelino Marques

5 Jul, 2022

Adelino Marques já esteve presente neste programa de conversas virtuais, mas a exposição “(d)A espantosa realidade das coisas” que tem patente na ARGO (Associação Artística de Gondomar), justificam este regresso.
Sobre este trabalho, Manuela Matos Monteiro escreveu:
Poetizar o real
No trabalho que Adelino Marques apresenta, a câmara é o meio de recolha da matéria-prima para criar registos expressivos que são manifestos da sua subjetividade. Entre a captura e o trabalho que o observador vê, há a mediação do autor que não tem intenção de documentar, ilustrar, descrever a realidade: acrescenta-lhe texturas, cores, sombras, luz, que combina numa composição original, numa realidade subjetiva, intencional e explicitamente construída. Transcende, portanto, a realidade captada acrescentando-lhe a sua sensibilidade que envolve emoções, afetos, história de vida, desejos, memórias, pensamentos latentes.
O domínio que o autor acolhe não é um modelo descritivo, mas antes o mundo apropriado pelos sentimentos e sensações expressas pela omissão de detalhes, pelo afagar de esquinas, pelo blur dos recortes, pelos espaços de invisibilidade, pelo atenuar de fronteiras entre figura e fundo, entre planos, entre centro e margens…
Presente está o mundo em que os quatro elementos se combinam – água, terra, ar, fogo. Presente está a flora, a fauna, o humano em diferentes declinações. É indiferente a localização no tempo e no espaço. Não importa se aquele escorrer de água é da laguna de Veneza ou do rio Minho, não importa se o barco é uma gôndola ou um caíque, se tem barqueiro ou não, se parte ou se chega.
Não importa saber se os moinhos são de Óbidos ou, até, os moinhos de D. Quixote. São moinhos com velas e parece ouvirmos o vento a movê-las. Importa que existem ali, a suscitar memórias que estão para lá da memória do autor. E é desta deslocalização que vive também este trabalho, porque o conteúdo é mais importante do que o contexto espacial ou temporal, até porque o tempo que pode ser convocado é um tempo pessoal, íntimo com cronologia própria. E essa é a transcendência que nos habita.
Quando o autor convoca Alberto Caeiro na sua referência à “espantosa realidade das coisas”, convoca-o como ponto de partida, não de chegada. A selfie que antecede a(s) série(s) é o seu autorretrato, é fractal afetada por todo um jogo pictural que transborda e atravessa as imagens. O que nos é dado não é a realidade das coisas, antes uma realidade construída, imersiva, que empaticamente nos envolve a percorrer um caminho apenas insinuado. Resta-nos aceitar o convite e, a partir daí, incluirmo-nos nos lugares mágicos que nos são propostos.
É em lugares assim, em que a errância é o modo de caminhar, que a poesia pode acontecer.
ZOOM e na LIVE do facebook da página do MIRA FORUM
Entrar na reunião Zoom
https://us06web.zoom.us/j/82895537922
ID da reunião: 828 9553 7922
(não necessita de password)
NOTA BIOGRÁFICA
Adelino Marques nasceu em Gondomar, onde reside. Iniciou o contacto com a fotografia no final dos anos 70, na Faculdade de Medicina do Porto, tendo sido um dos colaboradores do departamento de fotografia da Associação de Estudantes. Frequentou o curso livre de fotografia da Cooperativa Árvore nessa mesma época e mais tarde o Instituto Português de Fotografia – Porto.
Tem exposto regularmente o seu trabalho quer individual quer coletivamente, nomeadamente em Portugal, Espanha, França, Itália, Polónia, Ucrânia, Finlândia e Estados Unidos. Alguns dos seus trabalhos encontram-se publicados em revistas e livros e fazem parte de coleções particulares e institucionais.
SNBA (Lisboa); Galeria MiraForum (Porto); Galeria Olga Santos (Porto); Galeria Geraldes da Silva (Porto); Festival Internacional de Fotografia (Avintes); Simpósio Internacional Arte Contemporânea (Guarda); Festival de Cinema Avanca – Casa da Cultura (Estarreja); AO NORTE (Viana do Castelo); Museu de Lamego (Lamego); Bienal de Artes Plásticas da Festa do Avante (Amora-Seixal); Bienal Internacional de Arte de Gaia (V N Gaia); Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitetos (Porto); Coletiva Doença de Huntington – GNRation (Braga); Bienal da Maia (Maia); Casa da Cultura e Galeria do Turismo (Mogadouro); Auditório Municipal, Sala Júlio Resende (Gondomar); Pendleton Street Photography Gallery (Cincinnati, USA); Vila Garcia de Arousa (Pontevedra, Espanha); Galeria W Bramie (Chorzów, Polónia) ; Galeria Antrakt (Katowice, Polónia); La Petite Galerie (Paris, França); Galeria “Na sali” (Olza, Polónia); Galeria Ciasna (Katowice, Polónia); Fondazione Opera Campana dei Caduti (Itália); “Mallatie senza dignità” (Roma e Cagliari, Itália); FIPA Pro Series (Florença, Itália); Columbus Museum of Art (Columbus, USA); Fifth Annual Exposure Award (Paris, França); “Shedding Light” (Cincinnati, USA); Lunch Box Gallery (Miami, USA); 3RDSpace (S. Diego, USA); Internazionale (Ferrara, Itália); Dante’s Comedy (Verona, Itália).

Exposição patente até 30 de junho – pode ser vista no seguinte horário:
25/06 – 27/06 – 28/06 – 29/06 – 30/06
15 horas – 18 horas
(com a presença do autor)
ARGO (Associação Artística de Gondomar)
Pavilhão Municipal de Fânzeres
Largo Júlio Dinis, 4510-586 Fânzeres
41,16367° N, 8,52750° O


Rua de Miraflor, 155,
4300-334 Campanhã, Porto

terça a sábado,
15:00 às 19:00


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929 113 431 / 929 145 191