“Ala Feminina”
Apresentação de livro e conversa em torno do feminino, arte e reclusão
Conversa com Vanessa Ribeiro Rodrigues, Paulo Pimenta e Hugo Cruz
Pode a reclusão revelar mistérios da condição da mulher? O que têm em comum uma colombiana, uma romena, uma angolana, uma venezuelana, uma uruguaia, três brasileiras e nove portuguesas? Para elas, a liberdade é um desejo que carregam na mente, livre para sonhar, com o corpo preso num cárcere, labirinto entre o Rio de Janeiro, o Porto e Lisboa.
São mães, vaidosas, filhas, amantes, sonhadoras, escrevem cartas, leem livros, amam. São barqueiras invisíveis entre dois mundos: o mundo cá de fora e um céu gradeado. Este é mais do que um livro-reportagem, é a intuição subjetiva a partir de conversas com mulheres privadas de liberdade: os medos, os desafios, as conquistas, os desabafos, a ânsia de ser livre, a condição humana.
Vanessa Ribeiro Rodrigues
Jornalista, escritora, realizadora e professora universitária. Autora do livro-reportagem-fotografia “Ala Feminina” (Desassossego) sobre histórias de vida de mulheres em contexto prisional. Navega entre a poesia, o jornalismo, a literatura, o documentário, a fotografia e a pesquisa académica, na tentativa de dar voz às subtilezas invisíveis, que fazem parte da condição humana da nossa anatomia social. É formada em Jornalismo pela Escola Superior de Jornalismo do Porto e pela Universidade do Minho. Especializou-se em cinema documental na Academia de Cinema de São Paulo e, em Cuba, na Escuela Internacional de Cine y Televisión. A trabalho já viveu no Brasil e na Jordânia. Atualmente está baseada no Porto. Colabora de forma independente com vários órgãos de informação e produtoras de cinema. É investigadora em Media, Cinema e Desenvolvimento Humano. Realizou de forma independente o documentário “Baptismo de Terra” (2017), já premiado em vários festivais. A reportagem da TSF “Palestina, diários de um lugar incerto” ganhou uma menção honrosa no Prémio Jornalismo Direitos Humanos & Integração – UNESCO (2015). É autora do livro de prosa lírica “O Barulho do Tempo” (Bairro dos Livros, 2013). E, em 2010, o trabalho fotográfico sobre o MST, na Amazónia, foi premiado no Festival Audiovisual Black&White.
Paulo Pimenta
Fotojornalista, começou a colaborar no jornal Público em 1997, onde trabalha atualmente, com um curto intervalo pelo meio no grupo Impala. Conhecido por estar sempre a fotografar, tem desenvolvido, ao longo dos anos, projetos fotográficos sociais ou de intervenção social, aliás coordenadas que inquietam o seu olhar e reflexão cívica. Colaborou com o jornal “Tal e Qual”, com a revista Visão e também com a já extinta revista “HEI”. Fez o curso superior de Fotografia na Escola Artística do Porto (ESAP) e os seus trabalhos já passaram por vários centros expositivos, nomeadamente pelo Centro Português de Fotografia, pela Embaixada Lomográfica do Porto, ou por espaços do festival MEXE. Alguns dos seus trabalhos incluem a mostra “10 Espetáculos 10 Mulheres” (2007), a partir de um espectáculo sobre mulheres em reclusão e “Ilha” (2017), uma compilação de imagens tiradas pelo fotojornalista, por crianças da associação “O Meu Lugar é o Mundo” e por séniores do Centro de Dia do Senhor do Bonfim, residentes em ilhas do Porto. Os seus trabalhos já foram reconhecidos com prémios como “Fotojornalismo Estação Imagem” (2010), com o trabalho sobre a desativação da linha ferroviária do Sabor. Em 2012 foi distinguido com o segundo lugar com o trabalho sobre o Portugal Fashion.
Hugo Cruz
Programador cultural, professor na Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo – Porto, cofundador da PELE e da Nómada_Art & Public Space, investigador do Instituto de Estudos de Literatura Tradicional – Universidade Nova de Lisboa. Criador de diversos espetáculos apresentados no âmbito do Festival Imaginarius, FITEI, Manobras, Capital Europeia da Cultura 2012, TNSJ, Casa da Música, TNDMII, Teatro São Luiz, entre outros. Foi Diretor Artístico do Imaginarius – Festival Internacional de Teatro de Rua de Santa Maria da Feira. Consultor Artístico no âmbito da programação de rua do Festival de Teatro de Almada, curador da Mostra de Criação Contemporânea Portuguesa (Brasil) e no Festlip (Rio de Janeiro). Consultor no âmbito do Programa de Desenvolvimento Humano – Fundação Calouste Gulbenkian. Leciona com frequência em diversas instituições nacionais e estrangeiras e publica no âmbito das Práticas Artísticas Comunitárias e Criação Artística e Espaço Público. Coordenador do livro “Arte e Comunidade” editado pela Fundação Calouste Gulbenkian. Director de Artes Performativas da galeria MIRA FORUM e Director Artístico do MIRA | artes performativas.
Apoio: Nómada, Art & Public Space