Completam-se, este ano, 40 anos passados sobre a primeira publicação do “Livro do Desassossego” pela Editora Ática, em dois volumes, o primeiro dos quais chegou às livrarias em janeiro de 1982.
O primeiro texto deste conjunto, que veio a ter posteriormente outras edições, cada uma resultado das opções dos seus responsáveis, foi publicado por Fernando Pessoa no nº4 da revista “A Águia”, assinado com o seu próprio nome e com a indicação “do Livro do Desasocego, em preparação”.
Este texto, que nada tem a ver com os fragmentos diarísticos que constituem a quase totalidade daquilo que veio a destinar a esse “livro em potência”,
encontra hoje o merecido destaque numa edição que acrescenta às palavras desencantadas do Poeta a riqueza imagética das aguarelas de António Domingos, cuja sensibilidade traduziu em cores e texturas a inquietação de que Pessoa nos fala.
Trata-se de uma iniciativa da Tempus_Art, “…um projeto editorial singular no universo da língua portuguesa, pelos conteúdos e características visuais dos seus produtos”.
Esta edição de “Na Floresta do Alheamento”, está também disponível numa embalagem especial contendo, para além do livro, a reprodução de mais uma aguarela, numa edição fine art de 100 exemplares, numerada e assinada pelo autor, e uma usb.drive com a leitura do texto ao longo de um vídeo realizado a partir das ilustrações que integram o livro.
BIOGRAFIA
António Domingos nasceu no Porto em 1957. Licenciado em Pintura pela FBAUP. Desde 1978 participou em várias exposições coletivas, paralelamente à atividade docente. Realizou em 2004 a primeira de várias exposições individuais, em várias cidades do país. Tem-se dedicado também à fotografia.
Paralelamente, a partir de julho de 2006, tem desenvolvido um trabalho regular na área da leitura de textos poéticos e de textos dramáticos, tendo colaborado por diversas vezes com as Bibliotecas do Porto. Em outubro de 2015 apresentou pela primeira vez o espetáculo “A Visita do Sr.Engenheiro”, na BPMP, onde, ao longo de cerca de 50 minutos, sete poemas de Álvaro de Campos integram uma conversa com a audiência, em que o performer se funde inteiramente com o poeta, não havendo uma delimitação clara entre a presença de um e do outro… Esse espetáculo foi já apresentado em diversos espaços públicos, entre os quais a Casa Fernando Pessoa, a Casa Álvaro de Campos, em Tavira, e, mais recentemente, integrou o programa do Festival Literário Folio, em Óbidos. Essa apresentação, concebida a pensar nos alunos do 12º ano, tem sido levada às escolas, com grande recetividade por parte daqueles