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Caderno do Porto

13 Jul, 201828 Jul, 2018

O MIRA FORUM recebeu pela segunda vez a obra de Eduardo Salavisa.
Desta vez, é o Porto o objeto de um novo caderno editado pela Afrontamento (Edições) que foi lançado em Miraflor no dia 13 de julho pelas 21:30.
Ao mesmo tempo inaugurou-se uma exposição com os 70 desenhos que integram a exposição.

UMA ABSURDA SENSAÇÃO DE DESCOBRIDOR (Eduardo Salavisa)

“Por mim gosto de sacrificar muita coisa, de ver apenas o que imediatamente me atrai, de passear ao acaso, sem mapa e com uma absurda sensação de descobridor” (Álvaro Siza Vieira)

Como representar por meio de alguns desenhos uma cidade? Uma cidade como o Porto, tão bela, tão complexa, tão rica em variedade. Como fazê-lo numa cidade cuja “memória colectiva” é já marcada por inúmeras imagens tão fortes como o rio Douro com os seus barcos, as suas pontes, os Clérigos, a livraria Lello e tantas outras. O desafio era não mostrar só este Porto, o que se vende nos “postais ilustrados”, mas também o outro, o mais escondido, o do dia-a-dia, o das pessoas, o das periferias. E, mesmo o mais conhecido, mostrá-lo de outra maneira, mais integrado na malha urbana, com o rebuliço da rua à volta, como qualquer pessoa ao passar o vê.

Socorri-me da experiência do arquitecto Siza Vieira: “Passear… com uma absurda sensação de descobridor”. Munido de um pequeno caderno A6, o Diário Gráfico, como um caderno de apontamentos, de registos, de desenhos de breves momentos por onde passava e me chamava a atenção, calcorreei ruas, andei de eléctrico, apanhei o metro. São desenhos rápidos, feitos a caneta (e coloridos posteriormente). Por serem a caneta as correcções estão à vista, são parte integrante do desenho, dão-lhe densidade, percebe-se como foi feito, quais as hesitações, qual a opção final. O desenho marca aquele tempo, aqueles seis minutos que demorei a fazê-lo, o que me chamou a atenção e decidi representar. E sabemos que o facto de serem feitos num caderno faz toda a diferença. As suas folhas, fechadas numa capa, tornam os desenhos mais livres, mais autênticos. E, egoisticamente, a verdadeira importância deles é para quem os fez porque sabe as histórias que cada um deles encerra e que o leitor não vislumbra.

EDUARDO SALAVISA
Eduardo Salavisa nasceu, vive e trabalha em Lisboa. Licenciado em Design de Equipamento pela Faculdade de Belas Artes. Foi professor do ensino secundário. Desenha quotidianamente e em viagem no seu diário gráfico. É autor de livros sobre este tipo de desenho, e participa em exposições, conferências, cursos e encontros. Colabora regularmente em jornais. Gosta de viagens longas, sem itinerário marcado, de preferência pelo Sul e a desenhar obsessivamente. Já fez algumas.

Site: www.diariografico.com
Blog: diário-grafico.blogspot.com
Instagram: @salavisaeduardo


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