de Adriano Miranda
Em 1992, Adriano Miranda era estudante no curso de Fotografia na AR.CO em Lisboa. Entre muitos projectos académicos, Adriano entregou-se de alma e coração a recolher imagens nas Minas do Pejão em Castelo de Paiva. Projecto que se prolongou até 1994, o ano do encerramento do complexo mineiro.
Passados 25 anos e de uma forma surpreendente, os milhares de negativos a preto e branco voltaram a ver a luz do dia dando origem ao CARVÃO DE AÇO, um memorial aos homens e mulheres que trabalharam nas minas de carvão do Pejão.
No alto, as árvores, o rio, as casas, a praia, os monumentos, as mulheres. A vida de um lugar quase isolado. E por baixo das raízes, dos alicerces, da areia, da pedra, dos pés femininos mais finos, um batalhão de homens serpenteava à procura do ganha-pão.
Era um labirinto de corredores e tocas. Tudo negro. Escuro. Só ao fundo, pontos brancos bailavam ao som do martelo. Nos inclinados o carvão deslizava desmembrado pela tenacidade do homem e pela força bruta dos martelos picadores. Por vezes, o estrondo da dinamite abria caminho a mais uma frente de combate.
No dia da inauguração contamos com a presença um grupo de EX-MINEIROS – ADEP/ARCAF – que cantaram algumas músicas que reportam à sua atividade e vidas.
https://www.publico.pt/2017/04/30/sociedade/noticia/negro-como-a-mina-1770094
Petição Pública: http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT88337