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Conversa a propósito do livro “46750” de João Pina

14 Jul, 2018

A importância do livro “46750” de João Pina levou-nos a realizar uma sessão em que o tema da violência no Brasil foi objeto de uma conversa que abordou também o papel do fotógrafo na sociedade contemporânea.
O título “46750” reflete o número de homicídios que foram cometidos no Rio de Janeiro durante 10 anos (2007-2016), como se a cidade estivesse todos os dias em “guerra civil”, segundo as palavras do autor. João Pina escreveu “É um retrato da minha experiência numa cidade que é bonita, mas foi ignorada em muitos aspetos. Exploro com as minhas lentes os aspectos ignorados. A vida tem um significado diferente nessas áreas” (Buzzfeed).
Sobre o livro “46750” escreveu-se:

“Trabalho extraordinário, como sempre, de João Pina, desta vez na cidade mais icónica e desigual do mundo, o Rio de Janeiro. Mais do que um livro, “46 750” é uma experiência inesquecível.”
(Jon Lee Anderson, New Yorker)

“Com suas fotografias impressionantes, João Pina lembra-nos que o Rio é também um teatro de guerra.”
(Simon Romero, The New York Times )

As imagens, extremamente narrativas como sempre, mostram vastas zonas da cidade dominadas por um caos e por uma fealdade urbanística difíceis de imaginar para quem só conhece a habitual ordem estandardizada arquitectónica, de infraestruturas e de regulação próprias daquilo a que chamamos cidades. Mas o que as imagens também mostram, no mesmo espaço e com os mesmos personagens, é uma violência quase bárbara e sempre latente. Uma violência animalesca que pode atingir qualquer um.
(José Vegar. Jornal de Negócios)

Para a conversa, convidamos Hugo Cruz e EF Sama

JOÃO PINA
João Pina é um fotógrafo freelancer, nascido em Portugal em 1980. Começou a trabalhar como fotógrafo profissional aos dezoito anos de idade e formou-se no programa de Fotojornalismo e Fotografia Documental do International Center of Photography de Nova York em 2005. Fotografias de Pina foram publicadas na D Magazine, Days Japan, El Pais, Expresso, GEO, La Vanguardia, New York Times, New Yorker, Newsweek, Stern, Time e Visão, entre outras. O seu trabalho foi já exposto no Open Society Foundations (New York), International Center of Photography (New York), Point of View Gallery (New York), Howard Greenberg Gallery (New York), King Juan Carlos Center – NYU (New York), Canon Gallery (Tokyo), Museu de Arte Moderna (Rio de Janeiro), Museo de Arte do Rio (Rio de Janeiro), Paço das Artes (São Paulo), Centro de Fotografia (Montevideo), Museo de la Memoria y los Derechos Humanos (Santiago de Chile), Parque de la Memoria (Buenos Aires), Torreão Poente – Museu de Lisboa (Lisbon), KGaleria (Lisbon), Centro Português de Fotografia (Porto), Visa pour L’Image (Perpignan), and Reencontres d’Arles (Arles). Em 2007, Pina publicou o seu primeiro livro, “Por Teu Livre Pensamento”, apresentando as histórias de 25 ex-presos políticos portugueses. Este projeto inspirou uma campanha de publicidade da Amnistia Internacional que lhe valeu um Gold Lion Award no Cannes Lions International Festival of Creativity de 2011, e ganhou o OSF – Moving Walls 21 em 2013. Recebeu também o Prémio Estação Imagem em 2010 e foi finalista para os prêmios do Henri Nannen and Care em 2011, e da Alexandra Boulat Grant em 2009. Em 2014, terminou o seu projeto pessoal mais longo, documentando os remanescentes da operação Condor, uma operação militar secreta em grande escala para eliminar a oposição política das ditaduras militares na América do Sul durante a década de 1970, resultando no seu segundo livro “CONDOR”. O seu terceiro livro ”46750” publicado na primavera de 2018, trata a violência urbana no Rio de Janeiro e a transformação da cidade na última década, enquanto se prepara para o FIFA World Cup de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016. Foi Nieman Fellow na Universidade de Harvard em 2017/2018, é membro do corpo docente do International Center of Photography, em Nova York, e orientador de workshops de fotografia.

HUGO CRUZ

Hugo Cruz é professor na ESMAE – Escola Superior de Música, Artes e Espetáculo ‐ Porto, cofundador da PELE e da Nómada_Art & Public Space. É investigador do Centro de Investigação e Intervenção Educativa – Universidade do Porto e Centro História de Arte e Investigação Artística –Universidade de Évora.
Foi diretor artístico do Festival Imaginarius e é o atual Diretor Artístico do MEXE_ Encontro Internacional de Arte e Comunidade – Porto. Coordenou o livro “Arte e Comunidade” editado pela Fundação Calouste Gulbenkian. É diretor artístico do MIRA | artes performativas.
É doutorando do CIIE-UP com o tema “Criação Artística e Participação Cívica e Política : o caso de Portugal e do Brasil”.
Ao longo dos últimos 6 meses acompanhou vários grupos de teatro no Rio de Janeiro e em São Paulo.

EF SAMA
Eduardo Filipe Dutra tem formação em Teatro e Jornalismo. No Brasil trabalhou no teatro, na televisão e no cinema, como ator, autor e realizador, Como “Sama” assume-se como criador de bandas desenhadas e animações, além de desenvolver projetos em arte contemporânea No cinema participou em vários filmes: Fez a direção de arte do espetáculo em várias peças, foi premiado como artista visual e colaborou em revistas e jornais brasileiros e europeus.
Publicou vários fanzines entre os quais NADA A TEMER dedicada aos recentes eventos políticos do Brasil. Em 2014, lançou no Canal Brasil, com Luísa Sequeira, MOTEL SAMA. Em 2015 publicou o livro de BD, A Entrevista e concluiu a versão curta-metragem de MOTEL SAMA.
Em 2016, publicou no Brasil, o álbum: MONDO SAMA uma antologia que reúne diversos trabalhos em BD.


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