Imagens Periféricas – Exposição coletiva de fotografia pinhole

com Adelino Marques, António Campos Leal, António Martins Teixeira , Augusto Lemos, António Carvalhal, Conceição Magalhães, Hugo Cardoso, José Da Silva Oliveira, Julio de Matos, Limamil, Luis Miguel Veloso Magda e Domingos, Maria Isaura, Raul Sá Dantas e Rui Apolinário.

Comissários: António Martins Teixeira, Augusto Lemos e Rui Apolinário

“(…) uma pinhole permite-nos chegar muito próximos de uma ontologia da fotografia, uma intersecção entre ciência e arte, razão e intuição, que toca de maneira única a vida.” (Paula Trope)

“Tudo está preparado para que os vossos olhos se deixem iludir por cada uma destas imagens e, com elas, construam uma narrativa que a razão há-de desvirtuar a seu tempo e modo. Antes disso o cuidado foi outro: abrir o buraco de agulha (pin-hole), qual buraco negro, para que a “camera obscura” acolhesse em si, toda a luz que emanava do exterior, açambarcando, pacientemente, na sua memória de celulóide, aquilo que o nosso olhar dificilmente poderá enxergar; periferias imagéticas, ligadas entre si por um fio de tempo distendido num jogo incessante entre aquilo que se mostra revelado e o que teima em permanecer latente. A imagem pinhole está condenada a uma fascinante imprevisibilidade tornando quase inevitável a reconfiguração/transfiguração da “realidade” e a erupção de uma nova aliança, subjectiva por condição, onde o erro poderá ser coroado. No dizer de Joan Fontcuberta, trata-se de uma “poética dos erros” que, pela sua natureza, postula um discurso onde os conceitos de objectividade, automatismo e imediatez tecnológica não encontram guarida. Na verdade, o paradigma é outro sem sequer se afirmar ou pretender ser alternativo…apenas se move num “lugar” onde o acaso desempenha uma função libertadora da própria imagem (pinhole/estenopeica), e onde o “ruído” é sempre possibilidade de espanto…” (Rui Apolinário, abril 2017)