“Dar a ver o que nos cega” procura refletir sobre o cinema enquanto experiência do olhar e sobre o lugar do espectador nessa experiência. D. W. Griffith escreveu que o gesto fundador do cinema é, acima de tudo, fazer ver, isto é, oferecer ao olhar. Que olhar(es) me pede esse gesto e as imagens que ele me dá a ver? Que envolvimento? Que espécie de ato constitui o meu olhar? Com ele aproprio-me de um lugar ou construo um? Como toda a arte, o cinema interroga o estado da nossa relação com o mundo, aprofunda em nós uma consciência urgente do presente, da necessidade absoluta de não esquecer e da responsabilidade incondicional perante a nossa própria História. Dar a ver o que nos cega. Não é este o desígnio último do cinema?”
Este livro foi apresentado este sábado, 25 maio pelas 17h no MIRA FORUM.
Coordenado por José Maçãs de Carvalho e apoiado pelo Colégio Das Artes da Universidade de Coimbra com a chancela Edições 70 do Grupo Almedina.
Apresentação por Alexandre Alves Costa e António Preto
ABÍLIO HERNANDEZ CARDOSO
Abílio Hernandez Cardoso é professor (aposentado) da Faculdade de Letras e do Colégio das Artes da Universidade de Coimbra. Licenciado em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras de Coimbra, com a dissertação intitulada Faulkner e o negro. Doutorado em Literatura Inglesa pela Universidade de Coimbra com a dissertação sobre James Joyce, intitulada De Ítaca a Dublin: Ulysses ou a odisseia da palavra. Professor de Literatura Inglesa e de História e Estética do Cinema. Desempenhou, entre outras, as seguintes funções: Pró-Reitor da Cultura, Diretor do Colégio das Artes e Diretor do Teatro Académico de Gil Vicente da Universidade de Coimbra, Presidente de Coimbra Capital Nacional da Cultura, Presidente da Associação Portuguesa de Programadores Culturais e Membro da Comissão Nacional para as comemorações do Centenário do Cinema. É membro do Conselho Consultivo da Associação dos Investigadores da Imagem em Movimento. Durante a ditadura do Estado Novo, foi impedido de ensinar nas universidades de Coimbra e do Porto. Sempre teve, tem e espera continuar a ter uma intensa atividade cívica.