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Lançamento de três livros e Feira do Livro de Fotografia

12 Nov, 2022

Lançamento d três livros e Feira do Livro de Fotografia
SÁB 15h e 17h
No dia 12, sábado, dedicamos a tarde aos Livros de Fotografia organizando toda a tarde uma Feira do Livro de Fotografia e o lançamento de três livros:
15h “Ingenium” de António Bracons
17h “Despedido” e “A Noite Magoa” de Valter Vinagre
15h Lançamento do livro Ingenium de António Bracons
INGENIUM
Gosto da ideia de construção e o que dela existe nos movimentos normais. Agrada-me a palavra ‘engenharia’ e o que ela representa: não saias de um sítio sem deixares algo atrás de ti.
Gonçalo M. Tavares, Os Herdeiros de Saramago, 2000
Há muito se sabe, aliás, que todas as invenções materiais são uma forma de dar razão à imaginação; e aqui o dar razão pode ser entendido à letra: é dar racionalidade ao que parece irracional. Mais do que isso: dar materialidade ao imaterial: pôr tijolos no espaço das ideias. Engenharia: filha da imagem.
Gonçalo M. Tavares, Atlas do Corpo e da Imaginação, 2013
Ingenium. Engenho. Engenharia.
Desde sempre o homem procurou técnicas para conseguir o que queria, o que precisava: as habitações, para abrigar a família; as muralhas, castelos e fortes, para garantir a sua segurança e se defender; os templos, locais de culto e devoção; as pontes, para atravessar os rios – para falarmos apenas de alguma construção. “A necessidade aguça o engenho”, diz o dito popular e assim é: a procura de soluções é constante. Os romanos solucionaram a construção do arco perfeito: construíram pontes e edifícios mais amplos com vãos maiores; a construção do arco em ogiva, na Idade Média permitiu igrejas mais altas, o que obrigou a reforços, os contrafortes, e com eles, surgiram as naves laterais e edifícios mais leves. Sempre a construção em pedra ou tijolo. O aço, no séc. XIX, permitiu construções ainda mais ligeiras, mais rápidas e económicas, maiores e mais altas: pontes, edifícios industriais e habitacionais. O betão armado, molda-se a quase todo o tipo de formas e dimensões… O desenvolvimento tecnológico, de materiais e informático, leva ao constante desenvolvimento de soluções, à maior garantia de segurança, a maior economia, à obtenção de soluções para problemas que antes eram impossíveis de resolver.
Se é verdade que a engenharia está sempre presente em qualquer obra, há algumas de significativa complexidade técnica, nas quais a engenharia supera-se, aplicando soluções complexas ou buscando novas soluções e novos métodos de cálculo.
Como engenheiro civil, nomeadamente nos primeiros anos de trabalho, estive ligado a algumas obras de significativa complexidade técnica. Fotografei essas obras: as estruturas de contenção, o existente que tinha de ser removido ou que ficava, elementos a desmontar para posterior colocação, a realização da estrutura das novas edificações, a forma dada pelo betão…
A partir das reflexões de Gonçalo M. Tavares sobre a engenharia, que, na verdade, são comuns a qualquer processo criativo, “Ingenium” é um olhar sobre estas obras e, ao mesmo tempo, sobre o papel fundamental da engenharia.
NOTA BIOGRÁFICA
António Bracons nasceu em Leiria, em 1965. É licenciado em Engenharia Civil, pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Vive em Odivelas.
A fotografia é, desde sempre, fascinante.
Depois do Curso de Iniciação, no Centro de Estudos de Fotografia da A.A.C., em Coimbra (1984/85), fez a pós-graduação em Estudos de Fotografia, no IADE, em Lisboa (2002/03) e a Escola Informal de Fotografia, sob orientação de Susana Paiva (2020/2022). É em Coimbra que edita as suas primeiras publicações: os portfólios “De Noite e Ao Amanhecer” (1990), “Alguns Passos na Alta de Coimbra” (1990) e “Pombal” (1991); a Universidade de Coimbra publica “O Olhar de D. João” (1997). Realizou diversas exposições individuais e coletivas e publicou os livros “Sobre o Silêncio” (2020) e “Ingenium” (2022).
É autor e dinamizador do blogue Fascínio da Fotografia: fasciniodafotografia.wordpress.com/.
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17h Lançamento do livro “Despedido” e “A Noite Magoa” de Valter Vinagre
DESPEDIDO
Despedido foi realizado em 2007, quando o fotógrafo documentou a destruição da Feira Popular, em Lisboa, obtendo para tal uma autorização de acesso por parte da entidade gestora, a Braga Parques. O simbolismo do local, enquanto democratização do espaço lúdico, e a enorme polémica que decorreu da decisão camarária, em 2003, de proceder à sua desativação, justificavam este último olhar sobre as ruínas do que fora então a Feira. Tratava-se, além disso, de documentar mais uma transformação do espaço público da cidade, cedendo à pressão da especulação imobiliária.
Ao deambular pelo vasto espaço, Valter Vinagre encontrou, entre os vários escombros, um conjunto de registos dos empregados da empresa de Divertimentos Mecânicos Águia, que desenvolvia a sua atividade no recinto. O encontro fortuito com este material documental conferiu, de imediato, uma nova e complementar abordagem àquele lugar, e a alguns dos seus protagonistas. (…)
(…)A galeria de trabalhadores anónimos percorre várias gerações, e deve reportar-se às décadas de 70, 80 e 90 do século XX. Significativa é também a ausência das mulheres deste universo documental, apenas uma imagem feminina sobressai no conjunto. Despedido, não reflete apenas sobre as mudanças sociais do capitalismo atual, mas vincula-se, também, a uma matriz histórica da fotografia enquanto luta social. E é essa matriz reinventada, que elucida e torna operativos muitos dos enunciados documentais da fotografia contemporânea. (…)
In A Luta da Fotografia com o Real
Emília Tavares
in DESPEDIDO de Valter Vinagre
Edição Pierrot le Fou, Porto 2022
O livro DESPEDIDO é uma edição da Pierrot le Fou com sede no Porto. O texto é de Emilia Tavares, tem uma tiragem de 300 exemplares e a coordenação editorial foi de Susana Lourenço Marques e Pedro Bandeira. O Design é de Susana Lourenço Marques
Capa dura com sobrecapa. Cozinho á linha e colado na lombada. 56 páginas 4/4cores + uma separata com a tradução do texto para inglês.23X34cm (aberto)
A NOITE MAGOA
O trabalho que realizei com os 5ªPunkada, a que dei o título “A NOITE MAGOA” não pretende ser sobre a banda. Gostaria que fosse entendido como uma aproximação aos músicos. Á sua resistência, á sua abnegação, á sua capacidade de enfrentar as dificuldades próprias da sua condição e dizer não á discriminação. Foi assim que encarei o desafio e esta a melhor maneira que encontrei para dar resposta á sua provocação – Somos Punks ou não?
O livro A NOITE MAGOA é uma edição da Omichord, Leiria, Junho 2022. O texto é de Luis Pedro Cabral, tem uma tiragem de 500 exemplares. O Design é de Paulo Passos. Napperon
Capa dura. Cozinho á linha e colado na lombada. 92 páginas P/B. 24X34cm (aberto)
NOTA BIOGRÁFICA
Valter Vinagre (1954, Avelãs de Caminho, Anadia, Portugal) vive e trabalha em Lisboa.
Estudou Fotografia no AR.CO – Centro de Arte e Comunicação Visual, (1986 – 1989) em Lisboa. Valter Vinagre iniciou o seu percurso em finais dos anos 1980, realizando exposições individuais e participando em mostras e iniciativas de cariz coletivo.
De início conotado com uma fotografia próxima do registo documental, o seu trabalho passou a interiorizar um exercício mais reflexivo sobre a imagem, criando discursos sobre os significados associados à paisagem, à viagem e ao lugar da cidade.
Do seu percurso salientam-se exposições como “Cá na Terra”, Arquivo Fotográfico Municipal (Lisboa); “Bored in the USA”, apresentada no Centro Cultural Emmerico Nunes em Sines; “Carta do sentir”, exibida no Museu da Imagem em Braga; “Sob a pele”, 1996|2007 Voyeur Project View em Lisboa; ESPIRITO NAS ILHAS, Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro; “Variações para um fruto”, Museu Francisco Tavares Proença Júnior, Castelo Branco; “Humús”, Centro Cultural de Cascais. Participou também em várias mostras colectivas como “Topografias da vinha e do vinho”, na Cordoaria Nacional, em Lisboa; “Uma extenção do olhar”, CAV-Centro de Artes Visuais, Coimbra; “My private pictures” na Plataforma Revólver, Lisboa; “Pedras e rochas”, Fundação Eugénio de Almeida, Évora; “Fragmentos do prazer”, Centro Cultural Raiano, Idanha-a-Nova; “Madalena”, Kgaleria, Lisboa; “Stigmata”, Sala do Veado, Lisboa; “Critério visível – 150 Anos de Fotografia Portuguesa”, Edifício da Cadeia da Relação, CPF, Porto; “Para”, Cineteatro de Vila Real; “O Presente – uma dimensão infinita”, BESart Colecção Banco Espírito Santo – Museu Colecção Berardo, Lisboa; “Um diário da república”, PhotoEspaña2011, Fundación António Saura/Casa Zavala, Cuenca; Galéria Slovenskej, Bratislava; e Fundação EDP, Porto.

Rua de Miraflor, 155,
4300-334 Campanhã, Porto

terça a sábado,
15:00 às 19:00


miraforum@miragalerias.net
929 113 431 / 929 145 191