“PERSISTÊNCIA ILUSÓRIA – UM INVENTÁRIO MONOCROMÁTICO (2018)”
Performance/Instalação de Tales Frey
aprox. 120´
“Persistência Ilusória – Um Inventário Monocromático” é uma performance/instalação pensada para atravessar o rito de passagem do aniversário de trinta e seis anos de Tales Frey. Com este trabalho, metaforicamente, o artista procura transformar o seu corpo numa peça escultórica, igualando-o a matérias variadas. Ao mesmo tempo em que cria uma composição mórbida através de uma ambientação que alude a um funeral, reunindo algumas obras concebidas por si ao lado de objetos pessoais de uso quotidiano, propõe a ilusão de uma possível perenidade da sua existência, fazendo do seu corpo fidedigno um objeto como os demais que o rodeia, como se fosse admissível suspender o tempo que conduz a sua massa corpórea até a sua inevitável putrefação, até a sua inescapável fatalidade.
SÉRIE “MEMENTO MORI (2013 – )”
Instalação de vídeos
Memento Mori é uma série de trabalhos em que Tales Frey utiliza o rito de passagem do seu próprio aniversário como um motivo para criar performances. Desde 2013, o artista assumiu o compromisso de tornar todos os rituais de passagem de comemoração dos seus anos em rituais artísticos/estéticos até o fim de sua vida, abdicando de vez das anuais comemorações corriqueiras.
A eficácia ritualística presente na estreia de cada umas das performances é imediatamente desfeita quando as ações são submetidas à repetição, mas os signos que versam sobre a vida e a morte em um só rito mantêm-se sempre reafirmados. Em um contorno que combina artes visuais e performativas, são exibidas as cinco performances concebidas entre 2013 e 2017, bem como as obras surgidas como processos para cada uma das criações e que se tornam obras autônomas.
TALES FREY (Catanduva, SP, Brasil. 1982) vive e trabalha entre o Brasil e Portugal. Artista transdisciplinar, realiza obras amparadas tanto pelas artes visuais como cênicas. Atualmente, integra o programa de pós-doutorado do Centro de Estudos Humanísticos da Universidade do Minho, instituição para a qual foi convidado para integrar como Investigador Sênior no Grupo de Investigação em Estudos Performativos (GIEP).
Em 2016, concluiu um doutorado em Estudos Teatrais e Performativos pela Universidade de Coimbra, onde desenvolveu a tese-projeto (Practice-led Research) Performance e Ritualização: Moda e Religiosidade em Registros Corporais. Fez Mestrado em Estudos Artísticos com especialização em Teoria e Crítica da Arte pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto e uma especialização em Práticas Artísticas Contemporâneas pela mesma instituição. Tem graduação em Artes Cênicas com habilitação em Direção Teatral pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, instituição onde manteve vínculo para cursar Indumentária pela Escola de Belas Artes.
Dentre os espaços e eventos em que apresentou suas obras, vale destacar: Corner Window Gallery em Auckland na Nova Zelândia, Fjúk Arts Centre em Húsavík na Islândia, Kuala Lumpur 7th Triennial – Barricade na Malásia, Defibrillator Gallery em Chicago, The Kichen em New York, Performance Platform Lublin na Galeria Labirynt na Polônia, diversas unidades do SESC do estado de São Paulo e Rio de Janeiro, DARC Studio em Londres, entre outros.
Alguns de seus trabalhos integram permanentemente acervos públicos e privados, dentre eles, o do Museu Serralves e o do Museu Bienal de Cerveira em Portugal; o do Instituto Municipal de Arte y Cultura de Puebla no México; o da Pinacoteca João Nasser, o do Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC Niterói) e o do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC-USP) no Brasil.
Recebeu o Prêmio Aquisição Câmara de Vila Nova de Cerveira na XIX Bienal Internacional de Arte de Cerveira em 2017; Menção Honrosa na II Bienal Internacional de Arte Gaia em 2017; prêmio de Artista Revelação no Salão Contemporâneo do 18º Salão de Artes Plásticas de Catanduva em 2014; e o prêmio de melhor figurinista no Aldeia FIT 2006 em São José do Rio Preto.
Como artista, Tales é representado pela Galeria Monumental de Lisboa. É membro fundador da revista eletrônica Performatus e da Cia. Excessos. Autor do livro Discursos críticos através da poética visual de Márcia X. e organizador, com Paulo Aureliano da Mata, da catalogação Evocações da Arte Performática (2010-2013) e do livro Quinze Anos de Minha Vida, de Loïe Fuller.
Agradecimentos:
Joana Bueno, Paulo da Mata e Tânia Dinis